Costumo dizer que: O Homem nasce bicho pra depois virar gente. Só que muitos não alcançam esse status. Permanecem escondidos sob uma capa de uma ilusória e almejada civilização.
Se essa minha estratificação fosse vista e vivida de uma forma que cada segmento dela estivesse em seu devido lugar, seria perfeito ao mundo social em termos de uma possível convivência. Porém o que vemos é uma mistura tão insana quanto ilógica.
Vejamos. Observem uma reunião festiva onde há comida farta e de graça.

Já assisti churrascos ofertados por gente de posses, onde seus convivas enchiam as panças para em seguida botarem o dedo na goela, esvaziarem o estômago para poder voltar a ingerir poções novamente exageradas.
Tudo bem, diríamos, esses seriam os bichos/homens. E o que dizer de um indivíduo que acidentalmente se esconde atrás de uma representação na casa maior da República, ou seja, o Senado Federal, onde nós, ainda esse gado humano, de lombo calejado e espoliado por impostos que pagam notebooks e tablets, assiste via TV, a cara de pau de tal excelência usar em seu discurso folhas e folhas preenchidas e impressas com letras tamanho 48, onde cada página a a caber apenas 12 linhas no máximo?

Certa vez escrevi reclamando a uma Senadora, esse mesmo ato realizado por ela. Respondeu-me que naquela hora estaria acidentalmente sem os óculos. Para surpresa minha semanas depois assistiria o mesmo desperdício, pela mesma Senadora.
Ou seja, estamos perdidos, sem a menor possibilidade de redenção, pois a mistura de bichos/homens atravessa e contamina o bolo chamado civilização.

Seriam elencados aqui diversos fatos corroboradores do que digo. A leitura seria longa, se abraçássemos causas como as discriminações, violências sexuais, assaltos ao erário, taras e outros distúrbios de prejuízo social, mas nada pior que a inércia gerada pelo próprio atraso civilizatório de que vos falo.

Solução?
Não existe.

O Homem é uma aberração na natureza, capaz de tudo, até de não saber o que é, nem de onde veio, e nem para onde vai.
Conclusão: assistiremos inexoravelmente a nossa morte na morte do outro, e como bichos, acharemos que não somos nós.