
Aécio, ao contrário, é uma figura cuja imagem tem sido duramente afetada desde outubro de 2014, quando perdeu as eleições presidenciais para Dilma Rousseff. O tucano já foi citado por pelo menos cinco delatores diferentes da Lava Jato, entre eles o ex-senador Delcídio do Amaral; o doleiro Alberto Youssef; um de seus entregadores de dinheiro, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o “Ceará” (ambos casos arquivados); do lobista Fernando Moura, ligado ao PT; e do ex-deputado do PP Pedro Corrêa.
Nos áudios gravados clandestinamente pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, Aécio também aparece com destaque. “Aécio está com medo“, diz o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) a Machado sobre a delação de Delcídio.
Em um outro trecho das gravações, Machado conversa com o também senador Romero Jucá (PMDB-RR) e pergunta: “Quem não conhece o esquema do Aécio?”.
Mais recentemente, Aécio teria manobrado para aprovar, no Senado, o regime de urgência para a tramitação do pacote anticorrupção aprovado na Câmara, desfigurado pelos deputados. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Aécio foi o primeiro a articular a urgência da votação e o PSDB prometeu votos no requerimento, mas não cumpriu. Isso teria ocorrido por conta da forte reação contrária da sociedade e de alguns senadores no plenário.
No prêmio da revista Istoé, Moro foi eleito o “Brasileiro do Ano na Justiça”. O prêmio principal da noite, de “Brasileiro do Ano” em todas as áreas, foi para Michel Temer. Nenhuma surpresa. Nos últimos meses, a revista ou a adotar um tom laudatório para tratar Temer, e chegou a afirmar que o PMDB era a “nau mais segura” para “recolocar o País nos trilhos”.