O que terei de novo?
Se tudo que tem em mim
Está envelhecido pelo tempo.
O que terei de novo?
Talvez a descoberta de uma nova vacina
Contra a dengue, contra a AIDS,
Contra o mal de alzheimer, contra o mal de parkinson.
O que terei de novo?
Tenho certeza que avançarei em novas tecnologias
Revolucionarei mais ainda, o mundo da internet.
Avançarei na conquista do universo
E na minha embriaguez pelo Poder, chegarei até a Marte ou Saturno?
Sei que desperdiçarei bilhões, mas o que importa?
O que terei de novo além desses que mencionei?
Não sei, só sei que carrego dentro de mim,
Há milhares de anos, a fome, a miséria,
As doenças e as guerras insanas.
Mudam-se os anos e eu venho carregando o peso da humanidade
Corrompida pela ambição e pelo ódio que em nada muda
Como poderei ser Novo?
Se carrego há milhares de anos a dor , o frio e a fome da criança órfã
Como poderei ser Novo?
Se trago dentro de mim, homens, mulheres e crianças
Mutilados pelas sangrentas guerras criadas pelo homem.
Como poderei ser Novo?
Se milhares de jovens, mulheres e homossexuais
São assassinados diariamente
Como poderei ser Novo?
Se povos irmãos, caminham sem Pátria,
Sem terra, sem destino.
Não serei novo, vestindo uma roupa nova
De cor amarela, branca, azul, verde.
Só serei novo se me vestir de humildade
Despir-me das incoerências e dos preconceitos
E tentar ser humano, humanizado!
Por quê Ano Novo, se carrego todas as dores
E tristezas do Ano Velho?
Feliz Ano Novo!
POR: Álvaro Fernandes